segunda-feira, 23 de maio de 2011

toda manhã...

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Era uma manhã comum, com direito àquela rotina semanal... Mas hoje ela atrasou-se, gastou mais tempo que devia frente ao espelho. Parecia arrumar-se para alguém, mas não o tinha...Ela achava que não!
Os ponteiros adiantaram-se e ela precisou correr, foi então ao ponto de ônibus.
Sem nenhuma cadeira para sentar pôs-se de pé frente à uma janela, quando olhou para o lado percebeu uma pessoa diferente; era um homem de aproximadamente 30/35 anos, pele clara, olhos escuros. Quando seu olhar encontrou o do tal homem a sensação que teve era de já ter visto antes. Ela continuou  a olhar.
A cada movimento os olhares tornavam-se a cruzar- inevitável um riso singelo, sem que ele percebesse, claro.
A moça pediu parada antes dele e ele parecia não querer aquilo e seu olhar seguiu os passos dela. Nas manhãs seguintes o reencontro, novamente os olhares, a parada e o risinho sutil. 
Que nome seria o dele? O que ele fazia? Para onde ia? As muitas perguntas começaram a surgir, porém para não se prender em tantas interrogações  passou a criar nele um personagem matinal. Hoje poderia ser o Carlos, professor de biologia; amanhã talvez o Pedro bancário ou o Lucas que trabalha com informática ou talvez um simples José.
Todo dia ela sentia vontade de vê-lo e ele também, ela passou a imaginar um jeito dele saber seu nome, ou quem sabe descobrir o dele, mas para que se não tinha a intenção de puxar algum assunto. E quem sabe até acabar com seus personagens de todos os dias... Preferiu continuar com as histórias inventadas à cada novo dia e com os olhares de reencontro.
Se um dia forem apresentados aí sim uma conversa, mas em algum dia, não precisa necessariamente ser hoje...
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